Talvez um dos mais importantes períodos da indústria dos games, a terceira geração de consoles marcou os videogames como um todo. Foi nela que as duas maiores empresas que trariam um grande embate entre si cresceram, a SEGA e a Nintendo.
Mesmo os consoles da segunda geração também usando processadores de 8-bits, essa forma de denominar as gerações por bits se popularizou no final da terceira geração e durante a era dos 16-bits, e basicamente foi usado como marketing para vender os consoles e para diferenciar as gerações de acordo com a potência do processador.
A Terceira Geração trouxe diversas melhorias para o universo dos games, além de ser a geração que pôs fim a grande crise dos videogames parcialmente provocada pelas ações da Atari.
Entre as evoluções da geração podemos destacar os novos tipos de controles que contavam com o famoso D-Pad (botões direcionais em cruz), que vemos até hoje em controles atuais, além dos botões A e B. Toda essa renovação dos controles substituíram as antigas alavancas, que os console Atari popularizaram.
Controle clássico do NES | Divulgação/Nintendo
Outros fatores importantes na parte de hardware, já que as peças eram mais potentes que as de consoles da geração anterior, trazendo mais cores, uma melhor resolução, melhor qualidade e alcance de áudio e a possibilidade de ter mais sprites na tela, o que possibilitava mais detalhes.
Essa geração foi uma das mais importantes de todas, e tem fãs, colecionadores e apreciadores até os dias de hoje, além de introduzir muitos jogadores no mundo dos videogames.
Tudo isso começou em 15 de julho de 1983, onde duas empresas japonesas, SEGA e a Nintendo, que eram muito fortes nos arcades, decidiram entrar no mercado de console doméstico japonês, que estava bem aberto na época. A Nintendo já tinha certa popularidade antes mesmo do surgimento do Odyssey, e já havia se aventurado nesse mercado, tanto na primeira como na segunda era de consoles com o Color TV-Game 6 e o portátil Game & Watch, respectivamente.
Com um forte desejo de trazer seus jogos de arcade para a casa dos jogadores, a empresa se inspirou no ColecoVision e lançou no Japão o famosíssimo Family Computer (Famicom) em 1983. O console logo fez um enorme sucesso e a empresa nipônica visava atingir o recém quebrado mercado norte-americano.
Nintendo Entertainment System Classic Edition / DIvulgação/Nintendo
Inclusive a empresa foi atrás da própria Atari para firmar uma parceria, o que depois veio a ser interrompido por conta da perda de influência e da crise da Atari por conta do Crash. A Nintendo então resolveu lançar o console por si só, mesmo indo contra o mercado, a empresa decidiu prosseguir. Isso resultou no lançamento do Nintendo Entertainment System 1985 para o mercado norte-americano, também conhecido como NES ou Nintendinho.
A empresa pôs fim à crise no mercado, além de ter o console mais vendido da geração e fazer vista grossa com as desenvolvedoras terceirizadas, exigindo exclusividade entre outros, para evitar outra quebra dos videogames.
No mesmo dia do lançamento do Famicom no Japão, a SEGA lançou o seu primeiro console doméstico, o SG-1000, que não vendeu tão bem quanto seu rival, mas foi precursor de um dos mais marcantes consoles de todos os tempos.
A empresa aprimorou seu console em mais duas versões, sendo a última delas lançada também em 1985 com nome de Sega Mark III, que chegou ao restante do mundo como Master System.
Apesar de toda a potência do console da SEGA para a época, a Nintendo ainda dominava o mercado norte-americano, onde o Master System vendeu apenas 2 milhões de unidades, ultrapassando essa marca nos dias atuais. Enquanto isso, o NES terminou a geração com 30 milhões de unidades vendidas na terra do Tio Sam.
Master System II, o console de 8-bits da SEGA | Foto/F.M. da Costa
Contudo, a SEGA foi capaz de dominar outros dois territórios, sendo bem sucedida na Europa e na América do Sul, enquanto a Big N fazia sucesso no Japão e na América do Norte.
A Atari também tentou entrar no jogo, com seu console Atari 7800, sucessor do Atari 5200 que foi um enorme fracasso da segunda geração. O console foi lançado em 1986 e acabou não fazendo muito barulho se comparado às já estabelecidas empresas que dominaram a geração.
Outro fator notável, é que o Famicom/NES durou por décadas, sendo descontinuado em 1995 na América do Norte e só em 2003 no Japão, com o último ano encerrando essa geração de consoles. Já o Master System continua sendo produzido e distribuído no Brasil pela TecToy, lançando novos modelos até hoje.
A terceira geração foi marcada por estabelecer diversas franquias, com Super Mario Bros., Donkey Kong, Mega Man, Megami Tensei, Dragon Quest entre outros para o lado da Nintendo, e principalmente Alex Kidd In Miracle World e Sonic The Hedgehog para o lado da SEGA.
Por fim a Big N alcançou aproximadamente 62 milhões de consoles vendidos no todo mundo, enquanto o Master System chegou perto de 18 milhões de unidades vendidas, entretanto, algumas fontes afirmam que o console não passou de 13 milhões unidades vendidas.