A Segunda Geração de Consoles também ficou conhecida como a grande queda dos videogames, onde a indústria sofreu bastante por conta de decisões principalmente da Atari, empresa que até então dominava o mercado.
É com o Fairchild Channel F que nós começamos a entrar na segunda geração de consoles. O hardware foi lançado em 1976, isso mesmo, no meio da primeira geração. A grande mudança vinda do Channel F, como ficou conhecido, foi a utilização de microprocessadores em seu equipamento.
Outro elemento importante que surgiu foram os “cartuchos”, como conheceríamos mais tarde, que tinha como função armazenar os dados do jogo em um cartucho, diferente dos pentes de programação. O tão conhecido “pause” também fez sua estreia no mundo dos videogames com o Channel F.
Mas a alegria da Fairchild durou pouco, já que em 1977 surgia o Atari VCS ou como conhecido posteriormente, o Atari 2600. Além de ter um dos consoles mais famosos da história, a empresa tinha vantagem de deter os direitos de muitos jogos de arcade, principalmente uma vez que os arcades estavam em alta na época.
Isso fez com que a Atari encurtasse o caminho para trazer títulos ao console, fazendo ports de vários jogos de arcade para seu mais novo hardware, que agora contava com um CPU. Títulos famosos como Space Invaders e Pac-Man (o último vendeu aproximadamente 7 milhões no 2600) fizeram sua honrosa estreia nos consoles domésticos.
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Um fator extremamente importante dessa época, envolvendo o Atari, foi uma briga entre os funcionários após uma empresa terceira adquirir a Atari. Isso levou um grupo de ex-programadores a criar a primeira desenvolvedora de games terceirizada da história, a gigante Activision, desenvolvedora que está de pé até hoje.
A Activision desenvolveu títulos de enorme sucesso na época, como Pitfall, Enduro, River Raid, entre outros, porém, essa abertura para desenvolvedores terceirizados acabou sendo um dos motivos da grande crise dos videogames em meados de 1983.
Isso ocorreu pois qualquer desenvolvedora poderia desenvolver um game, mas sem um filtro de qualidade das empresas de console, por isso houve uma superprodução de jogos com muitos deles de qualidade baixa.
Isso acabou descredibilizando o mercado de videogames, tanto para os consumidores como para os varejistas, que tinham muitos jogos péssimos parados nos estoques e não conseguiam vender. Mas antes de comentarmos mais sobre isso, vamos voltar à nossa linha do tempo.
Um ano após o lançamento do Atari 2600, a Magnavox chegou à segunda geração com o seu Magnavox Odyssey 2. Diferente do primeiro, o novo console agora contava com um microprocessador, mas manteve a sua postura de trazer acessórios adicionais, como tabuleiros, junto do console. Mesmo não fazendo tanto sucesso, o Odyssey 2 foi o terceiro maior em vendas da geração e foi descontinuado em 1984.
A Mattel, empresa popular de brinquedos, também decidiu entrar na jogada com seu Intellivision em 1979 que era de longe o console de mesa mais potente até o momento, com diferenças gritantes dos seus rivais. Mesmo assim, o console vendia menos que o Atari 2600.
Já em 1982, chega outro console ainda mais poderoso que a máquina da Mattel. Foi a hora do ColecoVision fazer sua estreia sendo um dos mais poderosos da 2° geração, contando com um microprocessador com frequência de 3,8Mhz, 1Kb de RAM principal e vídeo RAM de 16Kb. Assim como os outros consoles, o ColecoVision recebeu muitos ports dos arcades, incluindo seu sucesso de vendas, Donkey Kong.
Os jogos portáteis também fizeram sua estreia nos mundo dos games nessa geração, com destaque para o Game & Watch da Nintendo lançado em 1980. Eram 60 consoles da série que consistia em apenas um jogo na memória, cada versão com um jogo diferente.
Um dos acontecimentos que marcou o fim dessa geração foi o crash dos videogames, que comentamos anteriormente. Um dos jogos que representam esse período foi o Pac-Man, que mesmo vendendo 7 milhões de unidades e sendo o mais vendido do Atari 2600, não superou as expectativas da empresa já que ela havia produzido 12 milhões de cópias.
Isso contribui ao fato de que a “arrogância” das empresas de superestimar os jogos produzidos também colaborou para o grande crash, criando um gigantesco estoque esperando vender todos eles.
O outro que representou essa queda do mercado de games foi o famigerado E.T. de 1982 inspirado no filme e acompanhado pelo próprio Spielberg. O único problema foi que a Atari deu apenas cinco semanas para os desenvolvedores produzirem o jogo. Isso resultou no que foi considerado por muitos, como o pior jogo da história dos videogames, originando a famosa história de que a Atari enterrou os cartuchos de E.T., que foi um acontecimento verdadeiro.
A segunda geração chegou ao fim com a descontinuação do Atari 2600 em 1992, com o console vendendo 30 milhões de unidades do hardware. As principais evoluções dessa geração foram o implemento de microprocessadores, os cartuchos, os portáteis e as desenvolvedoras terceirizadas.