Marcada pelos 32/64-Bits e pela novas propostas da indústria ao consumidor como um novo tipo de mídia, jogos verdadeiramente em 3D, maior potência de hardware, entre outras mudanças se comparado a outras gerações.
Diferente da Quarta Geração, onde tivemos um verdadeiro embate entre a SEGA e a Nintendo, nessa não tivemos apenas dois grandes consoles no mercado, mas sim com uma verdadeira multipolarização, abrindo espaço para diversas empresas interessadas em investir na indústria dos videogames, que naquela época já havia se recuperado da crise.
Introdução
As novas tendências e inovações foram o grande forte dessa geração. Vivenciamos pela primeira vez o uso do 3D puro e real em grande escala, diferente de jogos como os títulos antigos da franquia F-Zero por exemplo, que se utilizava de um pseudo 3D. Foi um salto gigante entre essas eras, passando do mundo 2D para os famosos gráficos poligonais e foi a principal busca das desenvolvedoras para produzir seus jogos.
Alguns jogos 2D sofreram um certo “preconceito” na época, exatamente por aderirem gráficos ou uma perspectiva em três dimensões, que foi o caso do Castlevania: Symphony of the Night, que hoje em dia é aclamado pelos jogadores, além de ter contribuído para o surgimento de um subgênero todo, o Metroidvania.
Imagem oficial de Castlevania Symphony of the Night | DIvulgação/Konami
A guerra não ficou apenas entre os consoles, uma grande discussão sobre as novas mídias usadas para armazenar e rodar os jogos surgiu, isso graças ao anúncio da Nintendo sobre a permanência da empresa nos cartuchos em seu novo console, o Nintendo 64.
Isso foi bem importante e impactante, já que a empresa foi vista com olhar torto pelos consumidores e desenvolvedores terceirizados, já que a escolha pelos cartuchos ao invés do CD-ROM deixava a produção mais cara, fazendo com que o preço final dos jogos se elevasse, o que motivou os desenvolvedores a migrarem para outras plataformas, prejudicando a japonesa.
Entretanto, a Big N não deu o braço a torcer e continuou reforçando sua decisão de manter os cartuchos, destacando os pontos positivos da mídia e listando os contras do CD-ROM, que na época tinham carregamentos lentos se comparados aos cartuchos.
Nintendo 64 com cartuchos em volta | Divulgação/Nintendo
O Nintendo 64 foi o único console doméstico relevante na geração que não utilizou os discos ópticos e também foi o último console de mesa a fazer uso de cartuchos, até a chegada do híbrido Nintendo Switch em 2017.
3DO Interactive Multiplayer
Partindo para o início dessa geração, tudo começou com um rapaz chamado Trip Hawkins, então presidente da desenvolvedora Eletronic Arts, que idealizava um console que pudesse rodar jogos superiores aos já existentes do mercado, mas não só isso, criar um aparelho multimídia, onde os consumidores pudessem jogar, ver fotos, assistir vídeos, ouvir músicas, etc.
Para isso, o presidente da desenvolvedora se juntou a outras sete companhias para formar a 3DO Company que pretendia utilizar o CD-ROM como nova mídia para os jogos. O console idealizado por Hawkins não seria produzido pela EA, que ganharia uma taxa ínfima sob as vendas, enquanto outra empresa produziria o console (no caso, a primeira a produzir seria a Parasonic).
E em 1993, estreando a Quinta Geração, surge o 3DO Interactive Multiplayer. O mais novo console e considerado por muitos o primeiro com um processador verdadeiramente de 32-Bits.
3DO com controle | Divulgação/3DO Company
A ideia ambiciosa de Trip Hawkins começou com o pé esquerdo, já que o 3DO custava na época US $700,00, o que era (e até hoje é) muito caro, sofrendo do mesmo mal que o Neo Geo da SNK. A empresa por trás do console se recusava a diminuir os preços, já que segundo eles, era mais que apenas um console, o que afastou muitos jogadores.
A 3DO Company visava lucrar com o console, o que hoje sabemos muito bem que não é a melhor escolha para as produtoras de hardware. Além de tudo isso, um pouco mais tarde chegam o Atari Jaguar e o Sega Saturn, que chamaram mais atenção do público, rendendo ao console apenas três anos de vida, sendo descontinuado em 1996.
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Atari Jaguar
Um ano após o lançamento do 3DO, a Atari surge novamente, lançando o Atari Jaguar, seu último suspiro para tentar voltar ativamente ao mercado de videogames. O auto-proclamado console de 64-Bits foi o primeiro com essa capacidade de processamento..
Mesmo com essa capacidade o console não vingou, já que não possuía uma biblioteca de jogos grandes e não era totalmente apoiada pelos desenvolvedores terceirizados, o que levou o Atari Jaguar a ser o último console produzido pela empresa, sendo descontinuado também em 1996.
SEGA Saturn
Um dos três grandes consoles dessa geração, o Sega Saturn é considerado por muitos um dos grandes fracassos da SEGA. O novo console tinha suporte a CD-ROM e demorou um pouco para engrenar nos jogos 3D. Diferente do seu principal concorrente, os gráficos 3D poligonais dos jogos no Saturn eram formados por quadrados, enquanto o Playstation contava com polígonos compostos por triângulos, que acabou se sobressaindo no final das contas.
Logo do Sega Saturn | Divulgação/SEGA
O console foi lançado em 1995, um pouco antes do poderoso Playstation, o que pode ter atrapalhado as vendas e a popularização do console no ocidente. Isso deu início ao primeiro grande problema do console no ocidente, que foi a intervenção da SEGA do Japão na SEGA da América, acometendo o rendimento e as vendas do console.
A demora para lançar títulos em 3D também deixou a SEGA lá atrás, além do preço que era US $100,00 mais caro que o console da Sony. Um dos títulos mais polêmicos do console é o port de Virtua Fighter do arcade para o Sega Saturn. Ao invés de trazer o jogo mais recente e com maior sucesso da franquia na época, o Virtua Fighter 2, a empresa decidiu pegar o primeiro título e fazer um port mal otimizado
Apesar disso, a sequência foi lançada tempos depois, sendo Virtua Fighter 2 seu jogo de maior sucesso, vendendo 1.7 milhões de unidades.
Falando em otimização, outra coisa que dificultou e muito na produção de jogos para o Sega Saturn foi a arquitetura do console, que contava com dois processadores paralelos e dificultava o trabalho das desenvolvedoras terceirizadas, que contavam com um kit de programação bem básico e limitado.
Todos esses fatores negativos, e alguns outros como marketing desastroso e biblioteca abaixo das concorrentes, resultaram em um fracasso do Sega Saturn no ocidente. Enquanto, isso no Japão, o console havia feito grande sucesso, mas ainda ficou atrás do Playstation e Nintendo 64.
Playstation
Liderando a grande parte dos mercados, em 1994 nascia o Playstation, primeiro console da Sony e que marcou para sempre a história dos videogames. A Sony já havia tentado parceria tanto com a Nintendo como com a SEGA antes de lançar seu próprio console, mas nos dois casos o projeto foi recusado, nascendo assim o Playstation.
O primeiro Playstation | Divulgação/IGN Brasil
O console contava com mídia CD-ROM e seu principal foco era jogos em 3D, sendo o principal rival da então dominante Nintendo, que lançou seu console muito tempo depois. A empresa fez diversas escolhas certas, incluindo a contratação de pequenas desenvolvedoras no Japão e garantir jogos exclusivos para o console.
O Playstation também saiu na vantagem por conta de seu preço, que era US $100,00 abaixo do Sega Saturn, que foi seu principal concorrente no começo da sua vida útil, além de utilizar o CD-ROM como mídia, fazendo com que os desenvolvedores migrassem cada vez mais para o console da Sony.
Nintendo 64
Por fim surgia o último console importante da geração, o Nintendo 64 com seu poderoso processador de 64-Bits (que originou o nome do console). Mesmo sendo um dos consoles mais famosos de todos os tempos, o N64 não conseguiu superar o console da Sony, pelos inúmeros motivos que citamos acima, além de seu lançamento tardio se comparado com a concorrência.
Os jogos deram um salto gigantesco nessa época graças a ambição das empresas na inovação do 3D. Super Mario 64, The Legend of Zelda: Ocarina of Time, Tomb Raider, Silent Hill e muitos outros ditaram a forma de como os jogos das próximas gerações eram desenvolvidos.