Muito antes da terceira geração se encerrar oficialmente, a quarta geração já estava dando seus primeiros passos. Dessa vez, a principal melhoria destacada pelas empresas nas carcaças dos consoles era o famoso 16-Bits, que deu nome a toda uma era.
Além disso, temos mudanças e melhorias significativas comparadas a geração anterior. Com sprites ainda maiores, uma paleta de cores mais elaborada e em maior quantidade, áudio estéreo e suporte aos CDs por meio de acessórios CD-ROM.
PC Engine
E quem deu início a essa nova geração, foi uma parceria entre a empresa NEC e a desenvolvedora Hudson, que juntas produziram o PC Engine, lançado no Japão em 1987. O console teve grande importância no mercado de games, mais especificamente no Japão, que desempenhou um grande papel e fez com que outras empresas se movimentassem para entrar nessa nova era.
PC Engine versão Mini | Divulgação/Konami
Já na América do Norte a NEC lançou o console com nome de TurboGrafx-16, enfatizando o 16-Bits. Um dos maiores diferenciais do PC Engine para outros consoles é seu sistema de leitura de jogos através de CDs que foi lançado em forma de acessório em 1990, que mais tarde, em 1992, foi definitivamente integrado no console que era conhecido como TurboDuo.
Os mascotes das empresas de videogames eram algo bem relevantes na época, como o Mario da Nintendo, ou Alex Kidd da SEGA. Com a NEC não foi diferente, levando o personagem Bonk para as propagandas e publicidades do TurboGrafx-16.
Mega Drive
Um ano após as aventuras entre a Hudson e a NEC, chega ao mercado em 1988 o grande Mega Drive, a entrada definitiva da SEGA na quarta geração de consoles. O console ainda chegou como Sega Genesis na América do Norte em 1989. Essa alteração ocorreu graças a uma empresa que já havia patenteado a marca “Mega Drive” em solo estadunidense.
Um dos acontecimentos mais importantes para a SEGA na época foi a criação do seu mascote, que representa a empresa até hoje. Sonic, The Hedgehog foi o escolhido que acompanhou uma propaganda de marketing agressiva da SEGA para tentar disputar o mercado dos videogames nos EUA, dominado pela Nintendo.
Esse acontecimento deu início ao que conhecemos como “Console Wars” e girou em torno das disputas entre as duas empresas japonesas pelo topo dos videogames, mas deixaremos para falar mais sobre em um próximo texto.
Além do próprio Sonic, a SEGA enfatizou bastante a velocidade do seu novo console, que de fato tinha uma velocidade de processamento maior que o Super Nintendo Entertainment System, que falaremos mais a seguir.
O foco da empresa agora visava adolescentes e adultos enquanto a Nintendo claramente buscava o público familiar (que fica perceptivo nos nomes desses primeiros consoles famosos, como exemplo o Famicom ou Family Computer). Por essa tentativa de alcançar um público com maior faixa etária, a SEGA teve dificuldades contra as censuras e adaptações para o mercado dos EUA. Inclusive foi em meados dessa época que o órgão de classificação indicativa de jogos dos EUA surgiu, também conhecido como ESRB.
No fim o Sega Genesis/Mega Drive se aproximou um pouco mais da Nintendo em questão de vendas, terminando com entre 30 e 40 milhões de vendas, sendo descontinuado em 1995 no Japão.
Super Nintendo
A Nintendo não ficou para trás nessa disputa. Em 1990 nasce o sucessor do Famicom no Japão. O Super Famicom era o mais novo console de 16-Bits na quarta geração. e como de costume, o novo console da Big N ganhou o nome de Super Nintendo Entertainment System em 1991 quando chegou aos EUA, ocorrendo o mesmo um pouco mais tarde tanto na Europa como na Austrália.
Mesmo com hardware um pouco mais inferior e perdendo a dominância do mercado nos EUA em certos momentos, o console ultrapassou as vendas totais do Sega Genesis, com aproximadamente 49 milhões de unidades vendidas, sendo o mais vendido dessa geração. Esse novo console também contou com uma biblioteca recheada de jogos importantes para a indústria, como Super Mario World, Donkey Kong Country e The Legend of Zelda: A Link To The Past.
Super Mario World para Super Nintendo | Divulgação/Nintendo
No mercado japonês, o Super Famicom foi imbatível, e não deu qualquer chance para o crescimento do Mega Drive.
Porém, o que realmente chamou a atenção de todo o mundo foi o Game Boy, o segundo console portátil da Nintendo e que fez um barulho gigantesco, vendendo mais que o dobro do console de mesa da empresa, e se tornando um dos consoles mais vendidos até hoje, mas falaremos um pouco mais dos portáteis da geração mais a frente.
Os arcades ainda eram referência no universo dos videogames durante a quarta geração, e algumas empresas buscavam trazer os jogos dos fliperamas para dentro das casas dos consumidores de forma fiel e com a mesma qualidade gráfica e de desempenho.
Neo Geo AES
Assim surgiu o Neo Geo AES da SNK, que foi o console mais poderoso de toda a geração, trazendo essa fidelidade gráfica e de processamento dos arcades para um console de mesa através de uma versão otimizada dos hardwares de máquinas de fliperama da época. Entretanto, o console fracassou em suas vendas, isso graças ao alto custo do console e dos jogos, chegando nas prateleiras pelos preços de US $650,00 e US $200,00 respectivamente.
A SNK lançou uma nova versão mais barateada posteriormente, mas não foi o suficiente para chamar a atenção, sendo o pior em vendas dos quatros que mostramos até agora.
Consoles Portáteis
Os videogames portáteis também tiveram excelentes avanços e deram origem a jogos que estão no hall da fama tanto de popularidade como em vendas, e claro desempenharam um papel importante em toda linha evolutiva dos consoles, principalmente com a Nintendo.
Quem deu o pontapé inicial nos portáteis foi a própria Big N, que lançou o famoso Game Boy em 1989, que ganhou muitas versões posteriores como o Game Boy Pocket e o Game Boy Color. Apesar de contar com um processador de 8-Bits, o portátil é reconhecido como console da quarta geração.
Nem precisamos falar que o Game Boy estava a anos-luz de seus concorrentes quando falamos em vendas. Apesar disso, sua biblioteca não era a das maiores e contava com jogos em preto e branco em uma tela apagada e de baixo contraste, até ser modificada posteriormente no Game Boy Color. Seu preço comparado com os rivais também era excelente e bem baixo, além de uma bateria que durava por 35 horas.
O console abrigou jogos que fizeram um sucesso estrondoso, entre eles está Tetris, um dos jogos mais vendidos de todos os tempos, e Pokémon Red & Blue que deram origem a franquia de entretenimento com maior valor de mercado nos dias atuais.
A SEGA e a Atari também entraram com seus consoles portáteis. O Game Gear pertenceu a primeira delas, sendo um concorrente rival direto do Game Boy e trazendo a biblioteca de jogos do Master System, mas não teve tanto sucesso por sua duração da bateria, além de seu tamanho robusto.
O Atari Lynx também chegou ao mercado, com gráficos coloridos como o Game Gear, mas também não fez tanto sucesso por sua biblioteca enxuta e a bateria que não durava muito. A NEC também tentou entrar no mercado, mas sem muito sucesso, assim como os outros.